A direita brasileira enfrenta mais um momento de tensão interna — e desta vez o foco está em Santa Catarina. Uma série de publicações nas redes sociais revelou desentendimentos públicos entre integrantes do Partido Liberal (PL) ligados à base bolsonarista, expondo um racha que pode comprometer a unidade do partido nas eleições de 2026.
A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL-SC) escreveu em seu Instagram Story duras críticas ao vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e em defesa da deputada federal Caroline de Toni (PL-SC). Campagnolo acusa o partido de ignorar o “projeto local” em Santa Catarina ao impor o nome de Carlos Bolsonaro para disputar o Senado, e afirma que “as pessoas precisam saber como as coisas são”.
O imbróglio foi confirmado por notícias recentes: Caroline de Toni afirmou que pode deixar o PL caso não seja contemplada na chapa ao Senado por Santa Catarina, sinalizando uma ruptura grave. Por sua vez, Carlos Bolsonaro confirmou que busca disputar o Senado por SC e declara ter apoio para isso — o que tensiona ainda mais as bases estaduais do PL.
Principais pontos do conflito
- Caroline de Toni reclama que seu compromisso regional está sendo ignorado para abrir vaga a Carlos Bolsonaro, mesmo tendo apoio local.
- Ana Campagnolo acusa liderança partidária de estar dividindo vagas internas de forma injusta, e aponta que “não há duas vagas para nós?”.
- O apontamento público desses embates revela uma disputa de poder entre o projeto “nacional” da família Bolsonaro e lideranças estaduais do PL em Santa Catarina que querem protagonismo próprio.
- Segundo analistas, a imposição de nomes de fora do estado (como o de Carlos Bolsonaro) teria irritado membros da base catarinense, potencialmente enfraquecendo a coligação da direita no estado.
Consequências para o cenário político
Essa divisão interna pode ter impacto direto nas eleições de 2026:
- Riscos de fuga de lideranças para outras siglas se suas ambições não forem atendidas.
- Desgaste da imagem de unidade do PL — o que pode abrir espaço para adversários.
- Redução de mobilização local caso lideranças estaduais se sintam subjugadas a estratégias nacionais.
O que vem por aí
O partido terá pouco tempo para acertar essa conta interna, ajustar a disputa de candidaturas e evitar que o racha se transforme em fuga de eleitores ou fragmentação organizacional. Como a deputada Caroline de Toni advertiu, “ninguém aqui é palhaço” — o recado é claro.
A atenção agora se volta para quem realmente vai ocupar as duas vagas catarinenses ao Senado e como será montada a coalizão da direita no Estado. A imprensa e os observadores políticos acompanham se o PL vai resolver internamente ou ver uma de suas bases fortes — Santa Catarina — começar a se fragmentar.






