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Pesquisa Quaest para 2026: Lula Mantém Liderança, mas Cenário Aponta para Busca por Novidades na Política Brasileira

Brasília, 14 de novembro de 2025 – Uma nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (13), reforça a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como favorito nas eleições presidenciais de 2026, com liderança em todos os cenários simulados de primeiro turno. No entanto, o levantamento também revela um desejo crescente dos eleitores por alternativas fora do eixo tradicional Lula-Bolsonaro, com 41% dos brasileiros optando por candidatos sem ligações com esses nomes ou vindos de fora da política. 0 Nesse contexto, destaca-se o desempenho inicial de Renan Santos, do recém-criado Partido Missão, que estreia nas pesquisas como símbolo de uma força política emergente, capturando o anseio por renovação.

Lula à Frente, mas com Margens Encolhendo

O instituto Quaest ouviu 2.004 eleitores entre os dias 6 e 9 de novembro, em 120 municípios brasileiros, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Nos testes de primeiro turno, Lula aparece com intenções de voto variando entre 38% e 42%, dependendo dos adversários. Seus principais concorrentes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, ficam atrás, com 28% e 30%, respectivamente, em alguns cenários.

Em simulações de segundo turno, a vantagem de Lula diminuiu em relação ao levantamento anterior de outubro. Contra Tarcísio, o petista tem 41% contra 36% do paulista – uma redução de 12 para apenas cinco pontos percentuais. 6 Já no confronto hipotético com Bolsonaro, apesar da inelegibilidade do ex-presidente, o empate técnico se consolida: 42% para Lula e 39% para o bolsonarista. 0 Outros nomes testados, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), registram baixos índices de intenção de voto, mas também altas rejeições – Zema, por exemplo, é desconhecido por 49% dos eleitores e rejeitado por 35% dos que o conhecem.

A pesquisa também mapeou rejeições: 59% dos brasileiros acham que Lula não deveria buscar a reeleição, um aumento de três pontos em relação ao mês anterior, enquanto 67% acreditam que Bolsonaro deve apoiar outro nome em vez de se candidatar. Esses dados sugerem um eleitorado fatigado com as polarizações do passado, abrindo espaço para perfis mais moderados ou inovadores.

O Surgimento do Partido Missão: Uma Nova Força em Ascensão

Dentre as novidades do levantamento, chama atenção a estreia de Renan Santos, fundador do Movimento Brasil Livre (MBL) e presidente do Partido Missão, que obteve 3% das intenções de voto em seu primeiro teste nacional. Embora ainda em patamares iniciais, esse resultado é visto por analistas como um indicativo promissor para uma legenda que mal completou duas semanas de existência oficial. Aprovado por unanimidade pelo TSE em 4 de novembro, o Partido Missão torna-se a 30ª sigla registrada no Brasil, adotando o número 14 na urna eletrônica.

Ligado ao MBL – movimento que ganhou projeção nas manifestações de 2013 e no impeachment de Dilma Rousseff –, o Missão se posiciona como uma alternativa liberal-conservadora, focada em renovação geracional e combate à corrupção, sem as amarras ideológicas extremas de outros grupos. Seu site oficial enfatiza a “missão de criar um Brasil melhor”, convidando jovens e cidadãos comuns a se candidatarem, em um apelo direto à “nova geração que busca transformar o país”. 42 Nas redes sociais, a legenda já acumula mais de 168 mil seguidores no Instagram, com postagens que celebram o “início da Missão” e chamam para contribuições via Pix.

O crescimento do Missão reflete um fenômeno mais amplo: 24% dos eleitores querem um presidente sem laços com Lula ou Bolsonaro, e 17% preferem alguém de fora da política tradicional. Para Renan Santos, que planeja disputar a Presidência, esses números representam uma oportunidade de capitalizar o descontentamento com o “sistema bipartidário”, como destacado em postagens recentes no X (antigo Twitter), onde militantes celebram o “tsunami” de adesões iniciais. 31 Críticos, por outro lado, questionam se o partido conseguirá superar o rótulo de “extrema-direita moderada” e atrair além do público jovem urbano.

Implicações para 2026: Renovação ou Continuidade?

A Quaest também capturou discordâncias com declarações recentes de Lula, como a de que “traficantes são vítimas de usuários”, rejeitada por 81% dos entrevistados. Isso pode sinalizar vulnerabilidades para o petista, especialmente em temas de segurança pública, onde nomes como Tarcísio e Zema pontuam melhor.

Enquanto a polarização persiste – com Lula vencendo todos os segundos turnos testados –, o espaço para outsiders como Renan Santos e o Partido Missão cresce. A legenda, com seu foco em “cidadãos com gás juvenil e inteligência estratégica”, pode se tornar um polo de atração para eleitores desiludidos, impulsionando uma “nova política brasileira” que vai além das velhas clivagens. Resta saber se esse embrião de força política conseguirá se consolidar até outubro de 2026, ou se será absorvido pela dinâmica tradicional.

A pesquisa completa está disponível no site da Quaest e da Genial Investimentos. Com as eleições se aproximando, o cenário permanece fluido, e o eleitorado brasileiro, mais do que nunca, parece inclinado a apostar em mudanças.

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