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Salário Mínimo 2026: Reajuste de 6,79% Leva o Piso a R$ 1.621, Menor que o Previsto Inicialmente


Brasília, 11 de dezembro de 2025

O governo federal confirmou nesta quarta-feira (10) o reajuste do salário mínimo para 2026, fixando o valor em R$ 1.621 – um aumento de R$ 103, ou 6,79%, em relação aos R$ 1.518 vigentes em 2025. A medida, aplicada a partir de janeiro de 2026 (com impacto nos pagamentos de fevereiro), reflete uma inflação mais baixa do que o esperado e impacta diretamente milhões de trabalhadores, aposentados e benefícios sociais. O anúncio veio logo após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) pelo IBGE, que acumulou 4,18% em 12 meses até novembro.

Inicialmente, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 previa um piso de R$ 1.631, com alta de 7,44%, considerando um INPC projetado de cerca de 4,78% mais um ganho real de 2,5% limitado pelo arcabouço fiscal. No entanto, a desaceleração da inflação – com o INPC de novembro em apenas 0,03% – reduziu a estimativa para R$ 1.620,99, arredondado para R$ 1.621 conforme a lei. Essa correção também afeta o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), aprovado pelo Congresso com base na projeção anterior de R$ 1.627.

Como Funciona o Cálculo?

A fórmula de reajuste, em vigor desde 2023 e válida até 2025, combina a reposição da inflação pelo INPC (acumulado de 12 meses até novembro do ano anterior) com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Para 2026, o PIB de 2024 cresceu 3,4%, mas o arcabouço fiscal impõe um teto de ganho real entre 0,6% e 2,5% para conter despesas públicas. Assim:

  • INPC: 4,18%
  • Ganho real: 2,5% (teto aplicado)
  • Total: 6,79% (R$ 1.518 x 1,0679 ≈ R$ 1.621)

Essa regra, que substituiu a valorização real irrestrita de governos anteriores, busca equilibrar a proteção ao poder de compra com a sustentabilidade fiscal. “O reajuste preserva o valor do salário, mas respeita os limites orçamentários”, afirmou o Ministério do Planejamento em nota oficial.

Impactos na Economia e na Sociedade

O salário mínimo é o piso para cerca de 35 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo dados do IBGE baseados no Censo 2022. Seu reajuste impulsiona a renda média real, que cresceu 4% entre janeiro e setembro de 2025, especialmente em setores como comércio e serviços, onde muitos recebem próximo ao piso. Especialistas destacam o “efeito extravasamento”: o aumento beneficia faixas salariais ligeiramente superiores, gerando um incremento estimado de R$ 81,5 bilhões na renda geral da economia.

No entanto, o impacto vai além dos assalariados. Benefícios atrelados ao mínimo, como aposentadorias e pensões do INSS (70% pagos no valor do piso), seguro-desemprego, abono salarial e BPC (Benefício de Prestação Continuada), também sobem para R$ 1.621. Isso eleva as despesas públicas em cerca de R$ 44 bilhões em 2026, revisando cálculos orçamentários e pressionando o teto de gastos. Aposentadorias acima do mínimo, por sua vez, seguem o INPC acumulado até dezembro (projetado em torno de 3,68%), resultando em reajustes menores.

Reações e Perspectivas

Entidades sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), classificaram o reajuste como “insuficiente para combater a carestia”, apontando que o ganho real de 2,5% mal acompanha o custo de vida em capitais. Já o setor empresarial, representado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), elogiou a moderação, argumentando que evita “custos excessivos para pequenas empresas”. Analistas preveem que o valor final seja sancionado pelo presidente Lula até 22 de dezembro, junto à aprovação do Orçamento.

Para 2027, projeções iniciais indicam R$ 1.724, mas dependem da evolução econômica. Com a inflação controlada e o PIB projetado em 2,44% para 2026, o debate sobre uma nova política de valorização real ganha força no Congresso. Por enquanto, os R$ 1.621 representam um alívio modesto para o bolso do trabalhador, mas reforçam a necessidade de políticas complementares contra a desigualdade.

Esta matéria é baseada em dados oficiais do governo e IBGE. Para mais detalhes, consulte o site do Ministério do Planejamento.

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