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Ex-presidente do INSS indicado pelo Governo Lula é preso em esquema bilionário

O ex-presidente do INSS, Alessandro Antônio Stefanutto, foi preso nesta quinta-feira (13/11) pela Polícia Federal em nova fase da chamada “Operação Sem Desconto”, que investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões da autarquia. 

A ação foi deflagrada por determinação do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e envolve dezenas de mandados de busca, apreensão e prisão em várias unidades da federação.  

Quem é Alessandro Stefanutto?

Stefanutto é servidor de carreira da Advocacia‑Geral da União (AGU) e atuou como procurador federal especializado junto ao INSS, antes de assumir cargos de direção. 

Ele assumiu a presidência do INSS em julho de 2023, por indicação do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), cuja nomeação ocorreu sob o governo Lula. 

Em abril de 2025, Stefanutto foi afastado e em seguida demitido pelo presidente Lula após a primeira fase da Operação Sem Desconto. 

Investigação e acusações

A Polícia Federal estima que o esquema envolva prejuízos de mais de R$ 6,3 bilhões aos aposentados e pensionistas, com uso de associações e entidades para efetuar descontos sem autorização nos benefícios. 

Em relatório, os investigadores apontam que Stefanutto teria recebido propina de cerca de R$ 250 mil por mês, conforme apuração da PF. 

Segundo as investigações, mesmo após denúncias e abertura de apurações, Stefanutto permaneceu no cargo, o que fez crescer o questionamento sobre sua conduta e omissões durante a gestão.

Ligação com o governo Lula

A nomeação de Stefanutto foi feita durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sob a indicação de um ministro do seu partido aliado (PDT). Isso coloca o episódio como um possível problema político para a gestão federal, uma vez que o presidente Lula já havia exonerado o dirigente em abril após os primeiros indícios de fraudes.

O fato de a prisão ocorrer agora reforça a visibilidade e a gravidade do caso, que envolve um cargo estratégico do Estado e coloca em cheque a fiscalização sobre benefícios previdenciários.

O que vem a seguir

Com a prisão de Stefanutto, seguem em curso:

  • O cumprimento de centenas de mandados de busca e apreensão em diversos estados;  a possibilidade de novas prisões e medidas cautelares; o aprofundamento das investigações sobre quem mais dentro do INSS e de entidades associativas estaria envolvido.

Importância para o cidadão

Para aposentados, pensionistas e beneficiários do INSS, o caso revela a existência de riscos e falhas graves no controle interno, já que descontos indevidos podem afetar o orçamento de famílias vulneráveis.

Para o governo, trata-se de um alerta urgente sobre a necessidade de transparência, controle e responsabilização no setor previdenciário — áreas que figuram como prioritárias no discurso público da administração federal.