O presidente argentino Javier Milei conquistou uma vitória expressiva nas eleições legislativas de meio de mandato. Seu partido, La Libertad Avanza, obteve 40,8% dos votos para a Câmara dos Deputados, consolidando-se como a principal força política do país neste pleito. A oposição peronista, reunida na coalizão Fuerza Patria, ficou em segundo lugar, com 24,5% dos votos.
Com mais de 90% das urnas apuradas, La Libertad Avanza deve conquistar 64 vagas na Câmara, enquanto os peronistas garantem cerca de 31 cadeiras. O resultado fortalece a base governista, que, somada a partidos aliados, se aproxima dos 86 votos necessários para impedir que a oposição derrube vetos presidenciais ou paralise projetos-chave do governo.
Até então, o partido de Milei contava com apenas 37 deputados e 6 senadores, o que limitava sua capacidade de aprovar reformas no Congresso. Agora, o presidente ganha fôlego para avançar com sua agenda de ajuste fiscal, redução do Estado, desregulamentação econômica e privatizações de setores estratégicos.
Analistas políticos afirmam que o resultado demonstra uma aprovação significativa da população ao discurso de austeridade e enfrentamento à “casta política”, marca registrada de Milei desde a campanha presidencial. Por outro lado, o cenário também impõe desafios: apesar do avanço, o governo ainda não detém maioria absoluta e seguirá dependente de negociações com setores independentes e conservadores.
A votação também representa uma derrota para o peronismo, que governou a Argentina por grande parte das últimas décadas e agora tenta se reorganizar enquanto enfrenta desgaste político e rejeição popular.
