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MPGO investiga possíveis irregularidades no Conselho e Fundo Municipal de Cultura Anápolis na Gestão Roberto Naves

Denúncias encaminhadas ao Ministério Público de Goiás (MPGO) resultaram na abertura de duas investigações para apurar supostas irregularidades no Fundo Municipal de Cultura (FMC) e no Conselho Municipal de Cultura de Anápolis durante a gestão do ex-prefeito e atual secretário estadual Roberto Naves.

As acusações envolvem possível descumprimento da legislação municipal relacionada à aplicação dos recursos destinados à cultura, além de questionamentos sobre o “equilíbrio e legitimidade” na composição do Conselho, o que poderia ter gerado conflito de interesses.

Pessoas envolvidas e denúncias principais

De acordo com informações apuradas pela reportagem, as investigações envolvem:

Luiz Sérgio Fragelli, presidente do Conselho Municipal de Cultura; Paulo Henrique Silva (Paulinho), ligado à Galeria de Artes Antônio Sibasolly e ao Museu de Artes Plásticas de Anápolis (Mapa).

A denúncia aponta que Paulinho teria atuado como gestor de fato das associações Amigos do Mapa e Amigos da Galeria Sibasolly, utilizando imóveis públicos como sede sem contratos de cessão, comodato ou convênio válido.

Além disso, parte dos projetos aprovados e financiados pelo Fundo teria sido executada por pessoas vinculadas à própria Diretoria de Cultura, incluindo servidores responsáveis pela elaboração e avaliação de editais. O cenário levantaria suspeitas de conflito de interesses e possível direcionamento de recursos.

O ex-presidente da Comissão do Fundo, Paulo, também é acusado de exercer influência direta na seleção de projetos, beneficiando entidades e pessoas com vínculos internos, o que pode indicar uso político dos recursos públicos.

As denúncias também atingem Fragelli, que, segundo a apuração, teria integrado equipes técnicas de projetos financiados por editais como o PNAB e o FMC, sendo beneficiário direto dos recursos enquanto ocupava posição de influência no Conselho — situação que violaria os princípios constitucionais da Moralidade e Impessoalidade.

Posicionamento do Ministério Público

Ao Jornal Opção, o MPGO confirmou a existência de um Procedimento Administrativo para investigar a adequação do vínculo de alguns integrantes do Conselho de Cultura com o serviço público no momento de suas nomeações.

Segundo a instituição, os autos que tramitam na 11ª Promotoria de Justiça de Anápolis tratam de fatos relacionados ao descumprimento da legislação do Fundo Municipal de Cultura e de irregularidades na composição do Conselho.

Por estarem em fase de apuração, o MPGO afirmou que não pode divulgar número de investigados, detalhes de oitivas ou conteúdo de depoimentos e relatórios.

Nova denúncia sobre o edital de 2025

O Ministério Público também confirmou a existência de uma notícia de fato que investiga possível descumprimento da Lei Complementar Municipal nº 565/24, que rege o Fundo Municipal de Cultura.

As denúncias relatam que o edital do FMC de 2025 não foi lançado dentro do prazo legal e que teria ocorrido uma redução no valor destinado ao Prêmio, em comparação ao edital de 2023 — medida que contrariaria o Art. 1º, parágrafo 3º, da LC 565/24, que proíbe retrocessos nos valores destinados ao Fundo.

Fonte: Jornal Opção